Em entrevista ao jornal amazonense A Crítica, o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) denunciou a atuação de ONGs estrangeiras na discussão do novo código florestal, cujo relatório de sua autoria foi aprovado em uma comissão especial da Câmara que discutiu o tema. “Eu estou sendo caluniado por ONGs a serviço de interesses internacionais, entre elas o Greenpeace que tem sede na Holanda, onde não há proteção para florestas e para os rios. E essa ONG, aliada a outras, acha que pode tutelar o país e principalmente a Amazônia. Que ela pode ser transformada em uma reserva. A minha posição é de um brasileiro que conhece seu país. Defendo a Amazônia desde meus tempos de estudante”, disse.
O parlamentar defendeu o relatório aprovado, “elaborado a partir de interesses do país”, pensado no interesse do seu desenvolvimento: “Acho que a proposta que fiz é em defesa do povo brasileiro, embora contrarie as ONGs internacionais a serviço dos Estados Unidos e da Europa”.
Segundo Aldo, ao contrário do que tem sido divulgado, a proposta para o novo código florestal prevê apenas um caso de flexibilização dos limites das áreas de proteção permanentes (APPs). “Não há nenhuma flexibilização das APPs. A única exceção que fizemos foi para os córregos de até 5 metros de largura, e não há outra. Propomos a redução de 30 para 15 metros com a finalidade de não impedir a viabilidade das pequenas propriedades que estão cortadas por esse curso d’água. E fizemos isso em acordo com pareceres do Ministério do Meio Ambiente”, frisou.
Sobre os interesses estrangeiros sobre a região amazônica, o parlamentar destacou as histórias do Acre e da navegação do rio Amazonas e a ocupação das Guianas, francesa e inglesa. “Nós perdemos 20 mil Km do estado de Roraima para a Inglaterra no início do século XX e se você examinar as declarações dos chefes de Estado europeus e norte-americano sobre o Brasil ceder parte de sua soberania na Amazônia, você também vai ver (Henry) Kissinger – secretário de Estado dos EUA na década de 70 -, (Fraçois) Mitterand – ex-presidente da França entre 1981 e 1995 -, há uma cobiça muito grande. E o interesses dessas ONGs? Porque não há ONG cuidando do interesses dos índios de São Paulo ou do Nordeste?”, questionou.
Para Aldo Rebelo, a maioria do povo brasileiro desconhece a realidade da Amazônia e “idealiza a vida” na região a partir de uma ficção criada. “A situação dos povos da floresta é uma coisa idealizada no Sul do país. Eu conheço a situação da população ribeirinha. É a população com a menor taxa de longevidade do Brasil. É a menor expectativa de vida. Problemas de saúde, problemas de sobrevivência, e embora não bastasse isso, a própria legislação ambiental torna ilegal a sobrevivência dessas pessoas na mata. No Sul do país, as pessoas imaginam que os povos da floresta vivem uma espécie de idílio, um paraíso verde e a realidade não é essa”, observou.
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