28 de agosto de 2006

Séries - Jornal Nacional

Séries -:
Nossa mata

Série sobre a mata Atlântica

Preservar a Caatinga pode ser bom negócio


O manejo florestal na Caatinga pode garantir uma renda adicional ao produtor rural, sem inviabilizar a realização de outras atividades, como criação de gado e apicultura. Essa estratégia, além de ser financeiramente viável, é fundamental para assegurar a preservação desse bioma — que ocupa 6,83% do território nacional (uma área que corta dez Estados) e que em sua maioria (80%) já foi degradado pela ação humana, sobretudo por meio de desmatamentos e queimadas.

Esse tem sido o mantra defendido por Francisco Barreto Campello, coordenador regional do projeto Manejo Integrado de Ecossistema para o Bioma Caatinga, desenvolvido pelo GEF (Fundo para o Meio Ambiente Mundial, na sigla em inglês), com o apoio do PNUD. Em seminário esta semana na Bahia, por exemplo, ele defendeu que o manejo florestal sustentável pode render até R$ 2 mil por mês em uma propriedade de 250 hectares (considerada de pequeno porte na região). “Funciona como uma renda extra”, comenta.

Uma alternativa para modificar o quadro de degradação, de acordo com Campello, envolveria um plano de manejo desenvolvido com a ajuda de um engenheiro e a posterior divisão da propriedade em 13 áreas, que seriam exploradas individualmente a cada ano. A parte usada no primeiro ano, portanto, só seria utilizada novamente depois de 13 anos.

“É muito comum nesta região que chegue alguém para esses produtores e fale: compro toda sua madeira agora e você a utiliza para pasto. Muitas vezes, eles precisam do dinheiro naquela hora e vendem. Queremos que eles percebam que é possível criar um ativo que vai poder gerar renda para o resto da vida, que é possível ter alternativas de produção sem a destruição ambiental”, afirma Campello.

“Em uma propriedade de 10 hectares, se toda a madeira for vendida de uma vez, é possível receber cerca de R$ 2 mil. Mas se a madeira vem de uma área que não está sob manejo, o produtor deve pagar um imposto ao IBAMA, chamado de taxa de reposição florestal, que seria equivalente, neste caso, a R$ 600. Se a atividade é desenvolvida de forma sustentável, além dele ter um dinheiro todo o mês, ele fica livre da taxa”, compara.

A idéia foi apresentada para 200 produtores rurais do município da Barra, no médio São Francisco baiano, durante um seminário promovido pelo GEF e pela Prefeitura, na segunda e terça-feira. O objetivo era identificar pessoas interessadas em implantar a atividade em suas terras.

“Mostramos para os participantes como é a questão do manejo florestal e qual a vantagem para o produtor do ponto de vista econômico. Para aqueles que têm pequenas propriedades, de cerca de 250 hectares, é possível ter uma renda entre R$ 1 mil e R$ 2 mil e ainda gerar dez empregos estáveis. Além disso, ele pode continuar com a pecuária, a apicultura, porque as outras atividades não ficam inviabilizadas”, diz Campello. De acordo com ele, não são apenas os pequenos proprietários que podem se beneficiar. “Há empresários com uma área de 100 mil hectares com um plano de manejo em plena implementação. Um plano de manejo bem pensado não apresenta riscos porque a floresta já existe. Não é como no reflorestamento que você tem que esperar seis anos para utilizar a terra”, explica.

Como resultado do seminário, chamado Sistemas de Usos Sustentáveis e Convivência com a Caatinga, saiu a proposta de organizar duas unidades de referência no município — que não tem nenhuma experiência parecida —, uma em um assentamento rural e outra em uma propriedade de médio porte. As duas atividades serão realizadas, segundo Campello, em parceria com o projeto de Revitalização e Integração do Rio São Francisco, do governo federal.
(Fonte: Talita Bedinelli / PNUD Brasil)

27 de agosto de 2006

DÍVIDA EXTERNA


Nível de endividamento externo é o mais baixo desde 1995

Em maio, a dívida externa total do país (pública e privada) atingiu US$ 160 bilhões. É o patamar mais baixo desde dezembro de 1995. De lá para cá, o pico da dívida foi de US$ 241 bilhões, registrado em 1999 e 2000.

BRASÍLIA - Os dirigentes de bancos centrais pelo mundo gostam de comparar a situação de um país que tem dívida externa e dívida interna em moeda estrangeira à lenda bíblica de Adão e Eva. A mordida da maçã, o fruto proibido, deu origem ao infortúnio do casal, que acabou expulso do paraíso. No plano econômico, dever em moeda alheia empurra um país para fora do “paraíso”, na medida em que o controle daquele moeda não lhe pertence. Seria o “pecado original”, como disse o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, à Comissão Mista de Orçamento do Congresso, em audiência pública na terça-feira (20) (leia: Indicadores do BC se chocam com medidas fragilizantes).

A necessidade de ao menos tentar se reaproximar do “paraíso” levou o governo a tomar medidas para contornar o “pecado original” nos últimos anos, política favorecida pela trajetória de calmaria (ainda que com os abalos ocorridos há algumas semanas) do mercado. A decisão produziu dois resultados importantes. A queda da dívida externa (pública e privada) para o menor valor em mais de dez anos, embora ainda continue alta e com parcela expressiva de curto prazo. E a neutralização do impacto de eventual disparada do dólar sobre a dívida interna. Nos dois casos, aliviou-se a dívida pública como um todo, ou seja, diminuiu a pressão por mais arrocho fiscal, que compromete os investimentos públicos, e juros mais elevados, que afetam o crescimento.

Em maio, a dívida externa total do país (pública e privada) atingiu US$ 160 bilhões, segundo dados divulgados pelo BC nesta quarta-feira (21). É o patamar mais baixo desde dezembro de 1995. De lá para cá, o pico da dívida foi de US$ 241 bilhões, registrado em 1999 e 2000. No fim de maio, o Brasil teria condições de liquidar toda a dívida usando os dólares guardados no BC e os obtidos em sete meses de exportação. Em 1999, teria de gastar as reservas e mais 32 meses de dólares de exportação. Apenas a dívida externa do setor público já pode ser paga, hoje, quase integralmente só com as reservas do BC.

Para abater o endividamento externo, o governo livrou-se do Fundo Monetário Internacional (FMI), ao quitar mais de US$ 15 bilhões no fim do ano passado. Em 2006, está resgatando dívida nascida do calote dos anos 80. Já pagou mais de US$ 10 bilhões e, até o fim do ano, a despesa somará US$ 20 bilhões. O resgate das dívidas ajudou a ampliar os prazos de vencimentos. Hoje, o governo não tem mais dívida externa de curto prazo (12 meses). Os atuais compromissos de curto prazo são todos de empresas privadas e bancos (inclusive oficiais), cerca de US$ 18 bilhões este ano, volume ainda tido como elevado.

No caso da dívida interna atrelada ao dólar, houve uma mudança significativa no perfil dos títulos públicos negociados no mercado. Em setembro de 2002, 40% dos papéis estavam indexados ao câmbio. A escalada da moeda americana naquele ano a quase R$ 4 comprometeu parcela expressiva da dívida. Hoje, embora ainda existam títulos corrigidos pelo dólar circulando no mercado, na prática, é como se não houvesse. O governo tem contratos com especuladores nos quais ganha se o dólar subir. E a quantidade dos contratos é suficiente para anular prejuízos com a dívida cambial.

No processo de zeragem da dívida cambial, o governo trocou US$ 73 bilhões em títulos daquele tipo, entre 2003 e maio deste ano, por papéis indexados a outras referências de remuneração, como o juro do BC ou a inflação, por exemplo.

21 de agosto de 2006

Falta de água já é ameaça global, advertem cientistas


Cientistas pedem uma ação radical para melhorar o gerenciamento das reservas mundiais de água, afirmando que um terço da população mundial já enfrenta escassez. Relatório divulgado no início da Semana Mundial da Água, em Estocolmo, informa que um uso mais eficiente dos recursos hídricos é necessário para reduzir a pobreza e os danos ao ambiente.

O estudo de cinco anos, encabeçado pelo Instituto Internacional de Gerenciamento da Água (IWMI, na sigla em inglês), baseado no Sri Lanka, diz que é uma prioridade essencial melhorar as técnicas de uso da água na agricultura de países em desenvolvimento, particularmente nas fazendas da savana africana.

As recomendações incluem a construção de mais cisternas, melhores sistemas de irrigação e o desenvolvimento de culturas resistentes à seca.

"Os últimos 50 anos de práticas do gerenciamento da água não são modelo para o futuro, quando a questão é lidar com a escassez", disse Frank Rijsberman, chefe do IWMI. "Precisamos de uma mudança radical em instituições e organizações responsáveis pelo gerenciamento do suprimento de água da Terra, e uma forma extremamente diferente de pensar sobre o uso da água".

O relatório, que se vale de contribuições de mais de 700 cientistas, foi apresentado na capital da Suécia. Mais de 1.500 especialistas de 140 países, além da ONU, participam da conferência. (Estadão Online)

18 de agosto de 2006

Cafeicultores ganham mais com tecnologia

Cafeicultores ganham mais com tecnologia

Mônica Scaramuzzo
17/08/2006

Os cafeicultores brasileiros começam a colher o resultado de investimentos em tecnologias - como a mecanização - aplicadas depois da última grande crise dos preços internacionais, há cinco anos. Para a safra 2006/07, a produtividade média está estimada em quase 20 sacas por hectare, um crescimento de 35% se comparado à safra 2001/02. Mas o rendimento pode ser maior dependendo da região produtora, como o oeste baiano e o cerrado mineiro. Com boas perspectivas de preços para os próximos dois anos, os investimentos nos cafezais devem continuar. "Os cafeicultores já conseguem pagar as suas contas e investem na reforma dos cafezais", diz Ramon Olini Rocha, presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari (MG).

Valor Online - 1º Caderno

Cafeicultores ganham mais com tecnologia

Mônica Scaramuzzo
17/08/2006
Sergio Zacchi/Valor

Os cafeicultores brasileiros começam a colher o resultado de investimentos em tecnologias aplicadas depois da última grande crise dos preços internacionais, há cinco anos. Ex-jogador de futebol, Elmiro Resende Cunha, um dos primeiros a plantar café no cerrado mineiro, deve colher cerca de 4 mil sacas este ano.

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