8 de outubro de 2008

“O erro histórico dos EUA foi achar que o mercado regula tudo”

Peer, ministro das Finanças alemão:

O ministro da economia alemã, Peer Steinbrück afirmou em entrevista à revista Der Spiegel, que a crise que os EUA enfrentam é resultado da “falta de legislação e de uma estrutura regulamentar”.

“Eles sempre diziam: O mercado regula tudo. Que erro histórico!”, acrescentou.

Steinbrück descreveu que “o modo de pensar em Wall Street era bastante claro: ‘O dinheiro faz o mundo girar’. A lógica foi esta: O governo deveria permanecer fora do nosso negócio! E quando nós alemães começamos – e talvez fosse mesmo tarde naquela altura – a pedir por controles, por mais transparência e linhas de orientação justas, a princípio eles riam de nós”.

BANCOS AMERICANOS

Questionado sobre a possibilidade de participar do pacote de salvamento dos bancos norte-americanos, como propôs o governo Bush a outros países, Steinbrück disse que não vê “nem a necessidade nem a possibilidade de tomar a responsabilidade por bancos americanos”.

Ele criticou o comportamento “de algumas elites”: “Estou falando de evasão fiscal e corrupção. São a espécie de coisa que o público geral entende demasiado bem. E quando permitem-lhes continuar por demasiado tempo, o público fica com a impressão de que ‘aquelas pessoas no topo’ já não têm de jogar de acordo com as regras. Houve tempos na Alemanha em que estas elites estavam mais próximas da população geral. Algumas coisas ficaram fora de controle neste aspecto”.

 

“New Yorker” faz inventário da herança maldita de Bush

“Nestes tempos de calamidade econômica, perplexidade internacional, fracasso político e moral em baixa, os EUA precisam levantar-se, precisam de mudança e firmeza”, afirmou em editorial a revista norte-americana “New Yorker”, através do qual declara apoio ao candidato democrata Barack Obama.

A revista faz uma análise dos oito anos da gestão de Bush nas áreas econômica, social e militar. “Durante o governo Bush, a dívida nacional, agora se aproximando de dez trilhões de dólares, praticamente dobrou. Cinco milhões de pessoas caíram ao nível da pobreza. O número de norte-americanos sem seguro-saúde cresceu em sete milhões, enquanto o custo para pagá-lo dobrou. Enquanto isso, a principal realização doméstica do governo Bush foi cortar os impostos dos ricos. Para os 1% mais ricos, os cortes de Bush pouparam, em média, mil dólares por semana; para os 20% mais pobres, a economia semanal foi cerca um dólar e meio”, afirma o editorial.

Ao referir-se sobre a guerra do Iraque, o editorial afirma que “não há mais a menor dúvida de que o governo Bush manipulou e mentiu ao povo norte-americano sobre a invasão”.

“Os custos diretos, além dos gastos de seiscentos bilhões de dólares, incluem a perda de mais de quatro mil norte-americanos e o ferimento de trinta mil [...] e quatro milhões e meio de iraquianos se tornaram refugiados”.

E continua: “Os custos indiretos da guerra e da política externa unilateral também foram imensos: a tortura de prisioneiros, autorizadas no mais alto nível, foi uma catástrofe ética e público-diplomática”.“Em oposição à guerra antes mesmo da invasão, Obama teve a antevisão de uma indefinida e custosa ocupação e o aumento do radicalismo anti-americano em todo o mundo”.

A “New Yorker” criticou também o despreparo do candidato republicano John McCain nas questões econômicas, pois “nunca demonstrou interesse ou conhecimento nessas questões” e “não tem muita substância para falar sobre a crise”. E elogiou as propostas de Obama: “Ele defende uma maior e mais programada regulação do sistema financeiro; a criação de um Banco Nacional de Investimento em Infra-Estrutra, que poderia reverter a ruína de nossas estradas, pontes e sistemas de transporte em massa e criar milhões de empregos”.

Sobre a escolha da vice de McCain, o editorial afirma que “Sara Palin não tem condições de ser vice de um presidente com qualquer idade, muito menos de um com 72 anos e com saúde imperfeita”.Ao finalizar, a revista afirma que os EUA “precisam de um líder que esteja intelectual e emocionalmente em sintonia com as complexidades de nosso perturbado planeta. Este líder se chama Barack Obama”.

EUA perde 159 mil postos de trabalho em setembro

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou na sexta-feira (3) o fechamento de 760 mil postos de trabalho nos primeiros nove meses deste ano.
Os maquiados números oficiais norte-americanos registram que o desemprego atingiu, em setembro, 6,1% da força de trabalho, que perdeu no mês 159 mil empregos contra 73 mil no mês de agosto. Esta foi a maior queda registrada pelo departamento nos últimos cinco anos.

O número de pessoas que têm emprego em tempo parcial porque não encontram emprego pleno chegou a 6,1 milhões, aumentando em 337 mil em apenas um mês.
Segundo pesquisa divulgada na semana passada, realizada pela Associação Nacional de Economia Empresarial, os economistas avaliam que o desemprego deve subir 0,01%, para 6,2%, no quarto trimestre, e alcançar 6,4% em 2009.

Já a associação empresarial The Conference Board calculou que o índice pode superar 7% na segunda metade de 2009.

 

Presidente do Lehman Brothers recebeu mais de US$ 3 milhões por mês até quebrar o banco

O presidente do banco Lehman Brothers, que entrou em concordata em setembro, Richard Fuld, admitiu em depoimento na Câmara dos Deputados dos EUA na segunda-feira, dia 6, que recebeu apenas US$ 300 milhões em salários e bônus nos últimos oito anos e não US$ 480 milhões. Disse também que se sentia “horrível” com a quebra do banco, o quarto maior dos EUA entre os estabelecimentos dedicados à especulação.
Richard Fuld revelou a cifra durante depoimento em uma audiência do Comitê de Supervisão e Reforma do Governo da Câmara dos Representantes (deputados federais), que investiga as causas da crise econômica que atinge o país.

O presidente do Comitê, Henry Waxman, perguntou a Fuld se era verdade que ele havia recebido US$ 480 milhões em salários e bônus desde 2000 e se ele considerava justo ter ganho tudo isso. Fuld afirmou que “havia um comitê de compensação que gastava um tempo imenso só garantindo que os interesses dos executivos e dos empregados eram alinhados com os dos acionistas”.

Waxman criticou Fuld por ter pedido bônus milionários para os executivos da Lehman Brothers poucos dias antes do colapso do banco, no mês passado.
Apesar de ter quebrado o banco, Richard Fuld defendeu sua gestão à frente do Lehman Brothers e disse que sua conduta foi “prudente e apropriada”.

Hora do Povo

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