15 de outubro de 2008

Desafio brasileiro no manejo das águas

 

LUIZ SAMMARTANO

19-06-2008

O Brasil, país homenageado no segundo dia da Expo 2008, cujo tema é "Água e Desenvolvimento Sustentável", quer divulgar a riqueza de suas bacias hidrográficas e mostrar os desafios do país na despoluição e recuperação dos rios. A Exposição Internacional, realizada periodicamente em alguma cidade do mundo, este ano é sediada em Zaragoza, capital da comunidade autônoma de Aragão, no Norte da Espanha, de 14 de junho a 14 de setembro.

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Rio Juruena, afluente do rio Tapajós, no
Parque Nacional Juruena, em Mato Grosso
Foto: Zig Coch

O Brasil também quer mostrar a "participação cidadã" em sua política de águas, com o envolvimento de mais de 15 mil pessoas no processo de recuperação dos rios, em parceria com prefeituras e os conselhos das bacias. O diretor da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, João Bosco Senra, apresentará o Plano Nacional de Recursos Hídricos, elaborado em conjunto com diversos segmentos, interessados na gestão integrada dos recursos hídricos, entre governos, ONGs e a população.
Água para todos
No entanto, com cerca de 12% da água doce do mundo e compartilhando com outros países da América do Sul as bacias dos rios Prata e Amazonas, além dos aqüíferos, como o Guarani, o Brasil tem ainda muito que fazer em matéria de água.
De acordo com João Bosco Senra, 7% da população das áreas urbanas brasileiras não tem acesso a água de boa qualidade, porcentagem se sobe para 40% nas zonas rurais. Senra, que também é comissário-geral do Brasil na Expo 2008, explica que os principais desafios são levar água à população, tratar as águas residuais, para que não contaminem outros cursos d'água, e avançar no processo de recuperação dos rios, principalmente nas áreas urbanas e na costa. O representante do governo federal acredita que isso poderá acontecer a partir da conscientização sobre a importância do uso racional da água.
Cerca de 60 profissionais brasileiros participarão da Expo em Zaragoza, inclusive no fórum Tribuna da Água, que buscará soluções globais para a correta gestão dos recursos hídricos.

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O Brasil precisa tratar as águas residuais
para que não poluam outros cursos d'água

Transposição do Velho Chico


No dia 25 de junho, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira, fará uma apresentação sobre a polêmica proposta de transposição do rio São Francisco. O projeto, orçado em R$ 4,5 bilhões, prevê a construção de dois canais que totalizam 700 quilômetros de extensão, o que irrigaria a região do semi-árido nordestino.
Os críticos da idéia argumentam que a transposição só ajudaria os grandes latifundiários, e que água seria retirada de regiões de demanda por água para uso humano e disponibilizada para a agroindústria. Ambientalistas afirmam que, se for concretizada, a obra ameaçaria o ecossistema do rio São Francisco.
Intercâmbio internacional
A Expo 2008 será um espaço de discussão e troca de experiência sobre o manejo dos recursos hídricos sob várias perspectivas: ambiental, energética, agrícola, turística, cultural, econômica e tecnológica. No total, 104 países e dezenas de empresas e ONGs participam do evento.
Entre pavilhões das nações, shows e manifestações culturais, debates e encontros técnicos, a Exposição Internacional de Zaragoza apresenta o maior aquário de água doce da Europa, com cinco mil peixes e 300 espécies da fauna característica de diversos rios do mundo, como o Amazonas.

Tags: bacias hidrográficas, desenvolvimento sustentável, despoluição, Expo 2008, Luiz Sammartano, meio ambiente, participação cidadã, transposição do rio São Francisco, Zaragoza,água

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