O texto econômico que apresentamos hoje, nesta página, é de Marx – não o grande Karl, mas o grande Groucho Marx, o mais conhecido dos Irmãos Marx (Harpo, Chico, Groucho, e, no começo, também Zeppo e Gummo, os irmãos mais jovens).
Em 1929, antes da hecatombe, a especulação era mais simples do que hoje. Esses gênios financeiros, sempre experts na arte de tapear o próximo, ainda não haviam inventado os derivativos – e, por isso, quem queria especular não precisava saber o que é um credit default swap (CDS) ou uma collateralized debt obligation (CDO). Bem... na verdade também hoje ninguém sabe o que é isso, nem mesmo os seus promotores: James Cayne, o troglodita que foi manda-chuva do Bear Stearns - quinto banco “de investimento” (ou seja, especulativo) de Wall Street até sua quebra, em 2008 - nunca soube o que significava nenhuma dessas expressões, apesar de vender pacotes desses papéis aos bilhões para sua clientela de patos. Aliás, ele mesmo era um deles, comprando milhões de dólares dessa papelada, sem interessar-se pelo significado dos seus nomes – até porque, em verdade, com exceção do sr. Meirelles e seu “swap reverso”, ninguém acha que eles têm algum significado.
Dizem que somente os executivos do Goldman Sachs é que vendiam essa porcaria sem jamais comprá-la. O Goldman Sachs, como o leitor verá, já aparece citado por Groucho em 1929 – e, certamente, não por seus méritos humanitários.
Naquela época as coisas eram realmente mais simples - os papéis negociados eram meramente ações de empresas – e nem por isso a vigarice deixava de ser a mesma, levando ao mesmo desastre.
Os Irmãos Marx filmaram “Cocoanuts” (“No Hotel da Fuzarca”) exatamente em 1929. Por isso, Groucho cita várias vezes o filme em seu texto. Mas, prolongar esta introdução seria fazer o leitor perder tempo – o texto é um dos capítulos das memórias de Groucho, publicadas em 1951, e em 1991 no Brasil: “Groucho e Eu”, Marco Zero, trad. Maria José Silveira, págs. 161-169.
C.L.
GROUCHO MARX
Logo um negócio muito mais quente do que o show business atraiu mina atenção, e a atenção de todo o país. Era uma pequena coisa chamada Bolsa de Valores. Tomei conhecimento dela pela primeira vez em 1926. Foi uma agradável surpresa descobrir que eu era um negociante astuto. Ou pelo menos assim parecia, pois tudo que eu comprava subia. Eu não tinha um assessor financeiro. Quem precisava disso? Você podia fechar os olhos, colocar o dedo em qualquer lugar do grande quadro, e as ações que você acabava de comprar começavam a subir. Eu nunca realizava os lucros. Parecia um absurdo vender uma ação por trinta quando você sabia que ela podia duplicar ou triplicar em um ano.
Meu salário em Cocoanuts era cerca de dois mil por semana, mas isto era uma ninharia comparado com a papa fina que eu teoricamente estava ganhando em Wall Street. Entenda, eu gostava de fazer o espetáculo, mas estava muito pouco interessado no salário. Eu pegava dicas sobre o mercado de ações com todo mundo. É difícil acreditar hoje, mas incidentes como o que vou contar eram muito comuns naquele tempo.
Eu estava no elevador do Copley Plaza Hotel. O ascensorista me reconheceu e disse:
- Sabe, Sr. Marx, havia dois caras aqui agorinha. Gente muito importante. Eles estavam usando jaquetões com cravos na lapela. Estavam falando sobre o mercado de ações e, pode acreditar, irmão, pareciam saber muito bem do que estavam falando. Eles não sabiam que eu estava escutando, mas quando estou dirigindo este elevador, sempre fico de ouvido em pé. Não vou ficar a vida inteira para cima e para baixo numa caixa dessas! Enfim – ele continuou, – escutei um desses caras dizer para o outro: “Ponha todo o dinheiro que você possa conseguir na United Corporation”.
- Qual era o nome dessa ação? – perguntei.
Ele me dirigiu um olhar de desprezo.
- Qual é o problema, irmão. Seu ouvido não está funcionando bem? Eu já falei. O homem disse United Corporation.
Eu lhe dei cinco dólares e corri para o quarto de Harpo. Imediatamente o informei sobre essa mina de ouro em potencial que encontrara no elevador. Harpo estava acabando seu café da manhã e ainda estava de roupão.
- Tem um escritório de corretagem no saguão deste hotel – ele disse. – Espere eu me vestir e nós vamos lá em baixo e pegamos essas ações antes que a notícia se espalhe.
- Harpo, você ficou maluco? Se esperarmos até você trocar de roupa as ações podem subir uns dez pontos!
Assim, eu com meus trajes de passeio e Harpo com seu roupão corremos pelo saguão até o escritório de corretagem e rapidamente abocanhamos ações da United Corporation no valor de cento e sessenta mil dólares, com uma margem de vinte e cinco por cento.
Para os poucos sortudos que não se arruinaram em 29 e não conhecem Wall Street, deixe-me explicar o que significa uma margem de vinte e cinco por cento. Se você comprou, por exemplo, ações no valor de oitenta mil dólares, só tinha que pagar vinte mil dólares em dinheiro. O resto você ficava devendo ao corretor. Era como roubar dinheiro.
Uma quarta-feira de manhã na Broadway, Chico encontrou um palpiteiro de Wall Street, que lhe falou em segredo:
- Chico, acabei de vir de Wall Street e todo mundo por lá só está falando da Anaconda Copper. Estão vendendo a cento e trinta e oito dólares a ação e corre o rumor de que vai subir para quinhentos! Pegue antes que seja tarde demais! É uma barbada.
Chico, um conhecido amante do jogo, imediatamente correu até o teatro com as notícias dessa mina. Era um dia de matinê e atrasamos o espetáculo por trinta minutos até que nosso corretor finalmente nos assegurou que tinha tido a sorte de conseguir seiscentas ações. Estávamos extasiados. Harpo e eu éramos, cada um, os orgulhosos proprietários de duzentas ações desses títulos mais garantidos. Até o corretor nos cumprimentou. Ele disse:
- Não é sempre que alguém toma conta de uma companhia como a Anaconda.
O mercado subia, subia, subia. Quando estávamos nos apresentando em outras cidades, Max Gordon, o produtor de teatro me chamava toda manhã de Nova Iorque, pelo interurbano, para dar a cotação do mercado e suas predições para o dia. Seu prognóstico nunca variava. Estava sempre “subindo, subindo, subindo”. Até essa época eu não imaginava que pudesse ficar rico sem trabalhar.
Max me chamou uma manhã e me disse para comprar ações da Auburn. Era uma companhia de automóveis, agora já falecida.
- Marx – ele disse, – este é um jogo rápido. Vai pular que nem um canguru. Compre logo antes que seja tarde.
Como um adendo, acrescentou:
- Por que você não sai de Cocoanuts e esquece essa mixaria de dois mil dólares por semana que está ganhando? Isso é uma bagatela. Do jeito que você está administrando suas finanças, eu diria que você pode fazer muito mais dinheiro sentado num escritório de corretagem do que se matando em oito apresentações por semana na Broadway.
- Max – respondi, – não há dúvida de que seu conselho é sério. Mas afinal tenho algumas obrigações para com Kaufman, Ryskind, Irving Berlin e meu produtor, Sam Harris.
O que eu não sabia na época era que Kaufman, Ryskind, Berlin e Harris também estavam comprando na margem e que seus assessores financeiros acabariam por deixá-los “limpos” (o que foi certamente uma boa piada pra cima deles!). Enfim, a conselho de Marx imediatamente chamei meu corretor e o instruí para comprar quinhentas ações da Auburn Motor Company.
Algumas semanas mais tarde, eu estava passeando pelo campo de golfe, no Country Clube, com o Sr. Gordon. Um grande e caro charuto Havana estava pendurado nos seus lábios. Tudo estava certo no mundo e o céu estava nos olhos de Marx (junto com alguns cifrões). Justamente no dia anterior a Auburn tinha pulado trinta e oito pontos. Me virei para meu parceiro de golfe e disse:
- Marx, há quanto tempo isto vem deste jeito?
Marx respondeu tomando emprestado um verso de Al Jolson:
- Irmão, você ainda não viu nada!
A coisa mais surpreendente do mercado de 29 era que ninguém nunca vendia uma ação. O público apenas continuava comprando. Um dia, um tanto timidamente, perguntei a meu corretor em Great Neck sobre esse fenômeno especulativo.
- Não sei muita coisa sobre Wall Street – comecei me desculpando, – mas o que faz essas ações continuarem subindo? Não deveria haver alguma relação entre os lucros de uma companhia, seus dividendos e o preço de venda das ações?
Por sobre minha cabeça ele olhou para uma nova vítima que acabava de entrar no escritório, e disse:
- Sr. Marx, o senhor tem muito o que aprender sobre o mercado de ações. O que o senhor não sabe sobre títulos daria para encher um livro.
- Escute, meu bom homem – respondi, – vim aqui à procura de conselho. Se você não pode controlar sua língua de forma civilizada, arranjarei outro lugar para fazer meus negócios! E então, o que você estava dizendo?
Adequadamente repreendido e bastante intimidado, ele respondeu:
- Sr. Marx, o senhor pode não ter percebido, mas este já não é mais um mercado nacional. Estamos agora no mercado mundial. Estamos recebendo ordens de compra de todos os países da Europa, América do Sul e até do Oriente. Hoje mesmo de manhã já recebemos ordens do Industão para comprar mil ações dos Encanamentos Crane.
Um tanto cauteloso, perguntei:
- Você acha que esta é uma boa compra?
- Excelente – ele respondeu. – Se há uma coisa que todos nós temos que usar é encanamento.
(Eu poderia pensar em algumas outras coisas, mas não tenho certeza se estavam listadas na Bolsa).
- Isto é ridículo – eu disse. – Tenho alguns amigos índios em Dakota do Sul que não usam nenhum encanamento. (Ri com vontade da minha gracinha, mas ele não, portanto continuei). Você diz que eles estão enviando ordens de compra dos Encanamentos Crane, do Industão? Hummm. Se eles estão usando canos lá no longínquo Industão, devem estar sabendo de alguma coisa quente. Compre umas duzentas ações para mim. Não, compre trezentas.
À medida que o mercado continuava vertiginosamente subindo, comecei a ficar cada vez mais nervoso. O bom senso tinha me dito para vender, mas como todos os outros trouxas, eu era ganancioso. Detestaria soltar qualquer ação que com certeza dobraria em poucos meses.
Frequentemente leio histórias nos jornais de hoje sobre o público de teatro se queixando porque têm que pagar cerca de cem dólares por dois ingressos para My Fair Lady. (Pessoalmente, acho que vale). Bem, uma vez eu paguei trinta e oito dólares para ver Eddie Cantor no Palace.
Todos nós sabemos que Eddie é um excelente cômico. Até ele mesmo não reluta em concordar com isso. Ele estava com um espetáculo maravilhoso. Cantava Margie, Now´s the Time to Fall in Love e If You Knew Susie. Fazia o público morrer de rir com as piadas do momento e terminava cantando Whoopee. No vernáculo, ele era um “estouro”. Tinha aquele “algo a mais” magnético que separa um grande astro dos atores comuns.
Cantor era meu vizinho em Great Neck. Como velho amigo, no final do espetáculo fui vê-lo no camarim. Eddie é uma pessoa muito persuasiva, e antes que pudesse lhe dizer o quanto gostara de sua atuação, ele me puxou para dentro do camarim, fechou a porta, olhou em volta para ver se alguém estava escutando, e disse:
- Groucho, eu te amo!
Não havia nada de estranho nessa declaração. É simplesmente como as pessoas do teatro falam umas com as outras. Existe uma lei não escrita no teatro de que quando duas pessoas se encontram (ator e atriz, atriz e atriz, ator e ator ou quaisquer outras variações ou desvios sexuais), devem inflexivelmente evitar as saudações de rotina que as pessoas normais costumam usar. Em vez disso, devem cobrir um ao outro com termos de carinho que, em outros rincões da sociedade, estão reservados para os quartos.
Doçura – Cantor continuou, – o que você achou do meu espetáculo?
Olhei em volta, achando que talvez houvesse uma garota atrás de mim. Infelizmente não havia e compreendi que ele estava falando comigo.
- Eddie querido – respondi com genuíno entusiasmo, – você estava soberbo!
Eu já ia jogar outros buquês quando ele me olhou amigavelmente com aqueles olhos grandes e brilhantes, passou as mãos sobre o meu peito e disse:
- Querido garoto, você possui alguma Goldman-Sachs?
- Benzinho – respondi (dois podem jogar este jogo), – não apenas não possuo como nunca ouvi falar disso. O que é Goldman- Sachs? Algum tipo de farinha?
Ele me agarrou pelas duas lapelas e me puxou contra si. Por um momento, pensei que fosse me dar um beijo.
- Não me diga que você nunca escutou falar de Goldman-Sachs! – Ele disse incredulamente. – É apenas a maior e mais sensacional companhia de investimentos e uma holding de outras empresas gigantes.
Ele então olhou para seu relógio e disse:
- Hummm! Já está tarde demais, hoje. A bolsa já está fechada. Mas, meu bem, quando a manhã começar a clarear, pegue seu chapéu e corra até seu corretor e agarre umas duzentas ações da Goldman-Sachs. Acho que ela fechou hoje a cento e cinqüenta e seis... e a cento e cinqüenta e seis é um roubo!
Eddie então deu um tapinha na minha bochecha, e eu um tapinha na dele, e nos separamos.
Rapaz, como fiquei contente por ter ido cumprimentar Cantor nos bastidores. Imagine se eu tivesse ido no Palace naquele dia, nunca teria tido aquela dica. Na manhã seguinte, antes do café, corri até o escritório de corretagem assim que a bolsa abriu. Cobri vinte e cinco por cento de trinta e oito mil dólares e me tornei o feliz proprietário de duzentas ações da Goldman-Sachs, a maior Holding da América.
Comecei então a passar minhas manhãs sentado num escritório de corretagem, olhando para um grande quadro fervilhando com símbolos que eu não entendia. Se eu não chegasse cedo não conseguia nem entrar. Algumas das casas de corretagem estavam contando com mais público do que muitos teatros da Broadway.
Parecia que todo mundo que eu conhecia estava na bolsa. A maioria das conversas se limitava a comentar sobre quem havia ganho quanto na semana passada, ou sobre alguma ação que iria dar três por um de bonificação. O mecânico, o entregador de gelo, o açougueiro, o padeiro, todos eles na esperança de ficarem ricos, estavam jogando seus minguados salários – e, em muitos casos, as economias de suas vidas – em Wall Street. Ocasionalmente, a bolsa dava uma caída, mas logo se libertava dos especuladores da baixa e do bom senso e prosseguia em sua constante escalada.
De vez em quando algum profeta financeiro fazia uma declaração sombria, avisando ao público que os preços estavam fora de proporção em relação a seu valor, e para lembrar que tudo que subia um dia necessariamente teria que cair. Mas dificilmente alguém dava atenção a esses conservadores idiotas e suas estúpidas palavras de precaução. Até Barney Baruch, o Sócrates do Central Park e consumado bruxo financeiro, fez uma declaração de aviso. Não me lembro exatamente de suas palavras, mas eram mais ou menos assim: “Quando a bolsa se torna manchete de primeira página, é hora de cair fora”.
Eu não estava presente na Corrida do Ouro de 49. Quero dizer, de 1849. Mas imagino que a febre deveria ser bem parecida com a que agora infestava o país inteiro. O presidente Hoover estava pescando, e o resto do governo federal parecia totalmente alheio ao que estava acontecendo. Não tenho certeza se alguma coisa poderia ser feita se eles tivessem se intrometido, mas de qualquer maneira a bolsa saltava alegremente em direção à perdição.
Num determinado dia, a Bolsa começou a balançar. Alguns clientes mais nervosos ficaram agitados e começaram a descarregar. Isso aconteceu quase trinta anos atrás e não consigo me lembrar dos vários estágios da catástrofe que estava desabando sobre nós, mas da mesma maneira como todo mundo só queria comprar no começo da subida, todo mundo agora estava vendendo enquanto o pânico se generalizava. No começo a venda foi ordenada, mas logo o medo enxotou o discernimento e todo mundo começou a jogar suas ações na arena de touro dos especuladores na alta, que agora havia se transformado na arena de ursos dos especuladores na baixa, querendo salvar qualquer coisa que pudessem.
Então os corretores se contagiaram com o medo e começaram a gritar por margens adicionais. Esta foi uma boa piada dos corretores, pois a maioria dos negociantes já estava sem dinheiro e os corretores começaram a descarregar os títulos por seja lá o que fosse. Eu fui um dos mais tolos. Infelizmente eu ainda tinha dinheiro no banco e para evitar minha liquidação comecei febrilmente a assinar cheques para refazer as margens que rapidamente estavam se dissolvendo. Então, numa terça-feira espetacular, Wall Street jogou a toalha e entrou em colapso. A toalha é uma boa imagem, pois a esta altura o país inteiro estava chorando.
Algumas pessoas que conheci perderam milhões. Eu tive mais sorte. Tudo o que perdi foram duzentos e quarenta mil dólares. (Ou cento e vinte semanas de trabalho a dois mil dólares cada). Eu teria perdido muito mais, mas isto era tudo o que eu tinha. No dia do convulsivo colapso final, meu amigo, algumas vezes conselheiro financeiro e astuto negociador, Max Gordon, me telefonou de Nova Iorque. Em quatro palavras ele fez uma declaração que, com o tempo, acredito que estará entre as mais memoráveis citações da história americana. Estou me referindo àquelas frases imortais, como “Não abandone o navio”, “Não atire antes de ver o branco dos olhos deles”, “Liberdade ou morte!”. Essas frases se perdem em relativa insignificância diante da notável frase de Marx. Nunca tendo sido um tipo de muita conversa, desta vez ele ignorou até o tradicional “alô”. Tudo o que disse foi:
- Marx, a festa acabou!
Antes que eu respondesse, o telefone estava desligado.
Dentre todas as tolices escritas pelos analistas da Bolsa, acho que ninguém resumiu tão bem os destroços de maneira tão sucinta como meu amigo Gordon. Nessas poucas palavras, ele disse tudo. A festa tinha, realmente, acabado. Acredito que a única razão que me fez continuar vivendo foi o conforto de saber que todos os meus amigos estavam no mesmo barco. Até a miséria financeira, como outra qualquer, adora companhia.
Se meu corretor tivesse liquidado minhas ações quando elas começaram a despencar, eu teria salvo uma verdadeira fortuna. Mas já que eu não consegui imaginar que elas iriam continuar descendo. Comecei a pedir dinheiro emprestado dos bancos para cobrir rapidamente as margens que desapareciam. As ações da Anaconda Copper (lembram? Atrasamos o espetáculo trinta minutos para agarrá-las) se derreteram como as neves de Kilimanjaro (não pensem que não li meu Hemingway) e finalmente afundaram em 2 7/8. A dica quente do ascensorista de Boston sobre United Corporation mergulhou para 3 ½. Nós a tínhamos comprado a sessenta. A matinê de Cantor no Palace foi magnífica e valeu tanto quanto qualquer outra apresentação da Broadway. Mas Goldman-Sachs a cento e cinqüenta e seis dólares? Eddie, benzinho, por que você fez isso comigo? No fundo do poço da Bolsa ela podia ser arrematada por um dólar!
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