29 de setembro de 2010

Petrobrás se torna segunda maior petrolífera do mundo

 

“Ao contrário do passado, não estamos aqui para debilitar o Estado ou alienar o patrimônio público”, disse o presidente Lula na Bovespa

Um dia após concluir a maior capitalização do planeta, em montante que ultrapassou os R$ 120 bilhões (US$ 70 bilhões), elevando o valor de mercado da empresa para US$ 220 bilhões, a Petrobrás iniciou a oferta pública de ações na Bolsa de Valores de São Paulo na sexta-feira (24) em clima de festa e ao som de “Aquarela do Brasil”.

“Ao contrário do passado, não estamos aqui para debilitar o Estado ou alienar o patrimônio público. O que se materializa aqui é a decisão soberana de uma sociedade de capitalizar o seu futuro, o futuro do seu sistema produtivo em benefício das gerações do presente e das gerações que virão depois de nós”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A capitalização, esclareceu, “é uma das salvaguardas criadas pelo governo para evitar que essa riqueza se perca num labirinto de desperdícios e interesses equivocados. Seu destino é sagrado. Trata-se de impulsionar a competitividade do sistema econômico para garantir um longo ciclo de desenvolvimento, capaz de erradicar de vez a pobreza na vida do nosso povo. Mas, sobretudo, trata-se de universalizar a educação pública de qualidade que garanta um mesmo ponto de partida para todos os filhos da nossa terra”.

No lado de fora da Bovespa, ao lado da réplica de uma torre de petróleo e de uma imensa bandeira nacional, militantes da CGTB e do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados saudaram a chegada do presidente: “Lula, guerreiro do povo brasileiro” e “O pré-sal é nosso!”. A intensidade dos aplausos retratava o momento histórico em que a Petrobrás se transformou na segunda maior empresa do setor de petróleo do mundo, com o governo federal aumentando a sua participação na estatal de menos de 40% para 48%. A iniciativa cria as condições que permitirão o fortalecimento do caixa da estatal e o aumento do seu patrimônio líquido, que assim tem elevada a sua capacidade de investimento e reforçadas as condições para que seja a operadora única do pré-sal.

Lula fez um contraponto aos anos de neoliberalismo, recordando que “tivesse emergido em outros tempos, esse patrimônio poderia ter sido alienado; alienado na voragem de liquidações impostas pelo estrangulamento de uma economia fragilizada e no vazio de um Estado dissociado dos interesses nacionais. Hoje, ao contrário, é uma riqueza que se incorpora naturalmente à solidez de um percurso em marcha”.

Conforme o presidente, “o que temos em mãos é superior a todas as oportunidades que já foram propiciadas pela nossa história. Somos protagonistas privilegiados dos sonhos e projetos pelos quais tantos brasileiros e brasileiras se mobilizaram e não poucos deram a própria vida: o sonho de um Brasil de todos. Estamos muito mais confiantes. O país que todos nós herdamos chegará mais próspero, livre e justo aos que vierem depois de nós”.

O presidente lembrou ainda que, “no próximo 3 de outubro, a festa democrática das urnas coincidirá com a festa histórica dos 57 anos de existência da nossa Petrobrás. Maior empresa da América Latina, uma das maiores companhias do mundo, a Petrobrás é um trunfo extraordinário para o desenvolvimento do Brasil”.

Para a ex-ministra e candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, a capitalização “mostra que o Brasil mudou de patamar, não é mais um país que pensa pequeno. Não precisamos mudar para X para captar dinheiro no mercado internacional”.

LEONARDO SEVERO

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