30 de junho de 2009

Gabrielli: “Melhor para União é garantir pré-sal à Petrobrás”




Sérgio Gabrielli: Petrobrás é que mais conhece o pré-sal

O presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, defendeu a mudança da legislação para a exploração do pré-sal e o controle do Estado sobre esta camada recém-descoberta. "O pré-sal é bilhete premiado. Tem de ser mais caro. Eu defendo que o Estado tenha um controle mais profundo dessas áreas, escolhendo o operador. Espero que seja a Petrobrás, porque é quem conhece mais", afirmou em entrevista para a revista Época, rejeitando o sistema de leilões que beneficia as multinacionais do setor.

"O modelo atual vem de um tempo em que o país não tinha acesso ao mercado internacional, a economia estava em crise e o preço do petróleo era baixo", disse, descartando o atual modelo de concessão no pré-sal porque "hoje o Brasil tem economia equilibrada. A Petrobrás está consolidada. No pré-sal, perfuramos 16 poços e, nos 16, há petróleo: 100% de acerto".

Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, Gabrielli rebateu as acusações perpetradas contra a estatal por parte da mídia, classificando a campanha como "fatos artificiais", "distorções" e "interpretações equivocadas". Ele citou órgãos como: O Globo, o Estadão, a Folha de S. Paulo e "uma revista".

Perguntado sobre os salários dos executivos da estatal, Gabrielli disse que "isso é um exemplo" porque "até o Estadão entrou nessa matéria muito ridícula".

Na entrevista, o presidente da estatal desmente todas as acusações e denunciou que o assunto sobre a remuneração dos dirigentes da Petrobrás "envolve um claro indício de crime de quebra de sigilo fiscal, porque, aparentemente, o repórter que fez a matéria pelo Correio Braziliense obteve de forma fraudulenta informações fiscais protegidas por sigilo (o jornal publicou reportagem mostrando que houve reajuste de 90% nos salários da direção da empresa entre 2003 e 2007). Dessa maneira, portanto, de um lado ela é evidência de um crime; de outro lado, do ponto de vista de valor, os valores são bastante modestos, comparados com empresas do mesmo porte. Todos os dirigentes da Petrobrás receberam R$ 7,108 milhões no ano de 2007. O Itaú teve R$ 244 milhões; o Bradesco, R$ 170 milhões; o Unibanco, R$ 153 milhões, o Gerdau, R$ 59 milhões; Vale, R$ 43 milhões; Sadia, R$ 16 milhões; Perdigão, R$ 14 milhões; Aracruz, R$ 9 milhões, CSN, R$ 9,5 milhões. Portanto, a Petrobrás é a menor de todas. Se comparar com empresas internacionais, então, a Exxon teve US$ 13,7 milhões, a BP, US$ 4,2 milhões. Então é absolutamente pequeno o tamanho da Petrobrás."

Sobre a relação deste reajuste, de 90%, com a inflação do mesmo período, de apenas 33,92%, o presidente da estatal explicou: "O valor dos dirigentes da Petrobrás é o teto da carreira. O presidente ganha 15% acima do salário do maior gerente e os diretores, 10% acima. Então, se você tem um salário que é baixo para diretores, achata toda a cadeia de salários da companhia. Isso torna mais vulneráveis os profissionais da companhia às atrações de mercado (...)". "O reajuste dos salários dos diretores da Petrobrás acompanhou os acordos coletivos. O reajuste dos trabalhadores da Petrobrás não é relacionado à inflação. Houve aumento real, sim, nestes últimos anos. Os trabalhadores ganharam, inclusive, mais do que o reajuste dos diretores. Não há nada que motive um escândalo. O que estão fazendo é exclusivamente coscuvilhice, é tentativa de criar fofoca muitas vezes repetida para virar verdade."

Gabrielli ainda afirmou que responderá a todas as questões colocadas pela CPI: "A Petrobrás está pronta para responder todos os temas do requerimento. Não temos problema nenhum". E disse em relação aos ataques da imprensa que: "estamos preparados. Nós ainda não atacamos ninguém. Só temos nos defendido".

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Cordialmente,

Profº Jeferson Pitol Righetto
http://profjefersongeo.blogspot.com/

Antes de imprimir, pense em sua responsabilidade e compromisso com o meio ambiente.



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Cortadores de cana conquistam direitos e condições de trabalho


Governo, entidades sindicais e 305 usinas assinaram documento que garante carteira assinada, material de segurança e transporte

Em cerimônia com a presença do presidente Lula, entidades sindicais de trabalhadores, governo federal e usineiros assinaram no dia 25 de junho o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar. O acordo histórico que trará justiça aos canaviais, como frisaram os sindicalistas, contou com a adesão de 305 das 400 usinas de açúcar e álcool do país (75%).

O documento garante carteira assinada a todos os cortadores de cana e elenca ainda uma série de outras medidas que beneficiará os trabalhadores, entre elas, fornecimento gratuito de equipamento de proteção individual, transporte seguro e duas pausas coletivas por dia. As metas de produção (metros ou quilos) serão estabelecidas através de negociação com os sindicatos de trabalhadores rurais de cada região, que terão papel ativo na fiscalização do cumprimento das novas normas, em parceria com o Estado. Além disso, o trabalhador cuja produção não atingir ganho igual ao piso receberá complementação salarial.

Entre os avanços do Compromisso, está o fato de que o contrato de trabalho passará a ser sempre feito diretamente entre a empresa e o trabalhador, acabando com a figura do intermediário (gato). A contratação do trabalhador migrante passará a ter intermediação do Sistema Público de Emprego e a aferição da cana cortada será feita com conhecimento prévio dos trabalhadores sobre o preço a ser pago e a forma de medição. Além de erradicar o trabalho infantil e forçado, haverá proteção ao desempregado, inclusive de trabalhadores no corte manual no período da entressafra. Também a partir de agora, as usinas deverão divulgar as regras no âmbito das relações de trabalho junto aos fornecedores independentes de cana-de-açúcar.

Durante o evento, o presidente foi homenageado por cortadores, de quem recebeu uma cesta com produtos derivados da cana. Para Lula, além do acordo servir de marco para os demais setores, é exemplar e responde às acusações de trabalho escravo orquestradas pelos países ricos para barrar a entrada do etanol brasileiro no comércio mundial. “Sei que o trabalhador de cana trabalha no pesado, mas é menos pesado do que trabalhar em uma mina de carvão, que foi o que transformou seu país numa potência [referindo-se ao desenvolvimento das nações ricas]. Tirem o dedo sujo de combustível fóssil do nosso combustível limpo, senão fica acusação por acusação”, disse Lula.

Como lembra o Ministério do Desenvolvimento Agrário, “grande e tradicional produtor e exportador de açúcar, o Brasil desenvolveu um dos mais bem-sucedidos programas de produção e uso de biocombustíveis baseado no plantio de cana-de-açúcar. A safra de 2008/2009 destinada à produção sucroalcooleira (somente açúcar, etanol e eletricidade) foi de 572,64 milhões de toneladas de cana. Há, ainda, a produção de cana-de-açúcar usada em produtos tradicionais, como a cachaça e a rapadura, e a alcoolquímica”.

“Política avança a negociação sobre alimentação”, diz Contag

Apesar das melhorias, os empresários continuam resistindo a arcar com o custo da alimentação e a reconhecer o direito da categoria a um piso nacional. “Não conquistamos, ainda, a comida dentro da marmita”, disse o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch.

O acordo será monitorado pelo grupo de trabalho formado pela Contag, pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), pela Federação dos Empregados Rurais Assalariados de São Paulo (Feraesp) e pelo governo federal.

“A ideia é de que essas práticas aprovadas valham dois anos, com nossa avaliação a cada seis meses. É importante porque assim conseguimos reformular e avançar em vários outros itens que não tiveram acordo, como o da distribuição da alimentação gratuita, por exemplo,” afirma o secretário de Assalariados e Assalariadas Rurais da Contag, Antônio Lucas.

Na negociação, os trabalhadores foram representados pela Contag e a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo-CUT (Feraesp); os empresários, pelo Fórum Nacional Sucroenergético e pela União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica). Pelo Governo Federal, participaram a Secretaria-Geral e Casa Civil da Presidência da República e os Ministérios do Trabalho e Emprego (MTE), Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Desenvolvimento Agrário (MDA), Educação (MEC) e Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

26 de junho de 2009

Estados Unidos e Venezuela reatam relações diplomáticas


O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, confirmou na última quarta-feira, 24, que nos próximos dias o embaixador de seu país, Bernardo Alvarez, retomará suas funções diplomáticas nos Estados Unidos.

Da mesma forma, o representante norte-americano Patrick Duddy, se estabelecerá como embaixador na Venezuela.

“O secretário de Estado adjunto para a América Latina, Thomas Shannon, nos manifestou, como saiu em alguns meios de comunicação, todo o desejo do governo do presidente norte-americano, Barack Obama, para avançar em direção à melhora das relações entre os dois países”, afirmou o ministro venezuelano.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ian Kelly, afirmou que a normalização das relações “beneficia ambos os países”.

Kelly explicou que desde que a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, falou na 5ª Cúpula das Américas com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, sobre a possibilidade de normalizar as relações, os países “trabalharam rumo ao objetivo de devolver os embaixadores” às capitais.

O tensionamento da relação diplomática entre Venezuela e EUA se iniciou com o aberto envolvimento dos EUA em apoio aos golpistas neste país e foi rompido em 2008, quando o presidente Hugo Chávez, decidiu expulsar do país o embaixador norte-americano, Patrick Duddy.

O ato foi feito em solidariedade ao presidente da Bolívia, Evo Morales, que também havia expulsado membros do corpo diplomático norte-americano de seu país devido à ingerência direta da embaixada nos assuntos bolivianos. O então embaixador dos EUA na Bolívia, Philip Goldberg, organizou reuniões com líderes de grupos separatistas que buscavam aplicar um golpe contra o presidente boliviano.

O líder venezuelano afirmou na época que as relações da Venezuela com os EUA seriam restabelecidas quando os americanos tivessem um novo governo que respeitasse a América Latina.

Após a chegada de Barack Obama à presidência dos EUA, ambos os chefes de Estado, expressaram o desejo de resolver suas diferenças e restaurar as relações entre as nações.

 

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Senadores defendem Venezuela no Mercosul

 

Em debate na Comissão de Relações Exteriores do Senado, a entrada da Venezuela no Mercosul vem ampliando apoios entre os parlamentares, que têm sublinhado a “importância estratégica da integração para a geração de emprego e renda”.

“Posso garantir que vamos aprovar a entrada da Venezuela no Mercosul. Afinal, na relação comercial com o Brasil, é o país que garante o maior superávit, chegando à casa dos US$ 5 bilhões”, declarou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) também está “otimista”, uma vez que o “debate transparente e democrático” permite ao conjunto dos parlamentares “ver com mais clareza a importância da integração regional”  e posicionar-se com “racionalidade e pragmatismo”. Mercadante lembrou que hoje o Brasil tem com o país vizinho seu maior saldo comercial: US$ 4,6 bilhões. “O melhor para o Brasil e para o Mercosul é dizer sim à Venezuela e sim à integração”, concluiu.

De acordo com a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Venezuela (CamaraBV), nosso país já é o segundo maior exportador de automóveis e autopeças para a Venezuela, o terceiro maior exportador de eletro-eletrônicos, de alimentos, de máquinas e de equipamentos, e o sexto de produtos farmacêuticos. “Existe contudo, uma grande assimetria nestas relações comerciais: há um expressivo superávit em favor do Brasil. Não há dúvidas de que o desenvolvimento conjunto de ambos países poderá ampliar-se ainda mais com a aprovação pelo Senado da entrada da Venezuela no Mercosul”, declarou Darc Costa, presidente da CamaraBV.

 

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25 de junho de 2009

Racismo e interesses políticos


JUAN CARLOS ROQUE - DE GENEBRA

21-04-2009

A Conferência de Revisão do encontro de Durban sobre Racismo, Xenofobia e Intolerância, que acontece em Genebra até 24 de abril, foi marcada em suas primeiras sessões pelas acusações do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad contra Israel e pelas vaias quando foi interrompido com gritos de ‘assassino' tanto em plenário como na entrevista coletiva à imprensa.

Ahmadinejad é, até agora, o único chefe de estado presente à conferência, que se celebra sob um manto polêmico e o boicote dos EUA, Israel, Canadá, Austrália, Alemanha, Itália, Polônia, Nova Zelândia e Holanda.

Ahmadinejad, em primeiro plano:
críticas à Israel e à ONU.

Aconteceu o que estes países temiam, o presidente iraniano condenou o que chamou de "política repressiva" e "brutalidade" de Israel contra os palestinos.

Os delegados da União Europeia abandonaram o recinto após a entrada do presidente iraniano, que em sua intervenção denunciou essas atitudes do estado de Israel, apoiadas pelos EUA e vários governos ocidentais, como racistas. Horas antes, temendo o curso dos acontecimentos, Israel chamou seu embaixador na Suiça, em protesto ao encontro entre Hans-Rudolf Merz, presidente da Confederação Helvética, e Mahmud Ahmadinejad.

Como em Durban
Repete-se em Genebra o que aconteceu na Conferência de Durban, há oito anos, que também foi marcada pelo bate-boca surgido logo que as primeiras críticas a Israel foram feitas por países árabes. Naquela ocasião, Estados Unidos e Israel abandonaram o encontro antes do fim, mas os países europeus mantiveram sua presença para assegurar-se de que a declaração final eliminaria a crítica a Israel promovida pelas nações islâmicas.

Em uma coletiva de imprensa posterior a seu discurso, o presidente iraniano aproveitou para manifestar categoricamente que o Conselho de Segurança da ONU com sua estrutura atual é totalmente ineficaz. "O direito de veto é uma violação flagrante e delirante que deve ser eliminada", disse Ahmadinejad, afirmando que esta prerrogativa constitui-se num ato discriminatório em relação aos outros países-membros das Nações Unidas. Portanto, o Irã mantém sua proposta de um país, um voto.

Outra visão
A julgar pelas fontes contatadas pela Radio Nederland em Genebra, a realização desta conferência é por si só um sucesso, mesmo que não estejam presentes nações poderosas, que com sua ausência tentaram boicotá-la. Neste sentido, o panamenho Humberto Brown, representante do Comitê de Seguimento da Conferência de Durban, considera que a não participação dos EUA é um reflexo das contradições que surgem no seio do novo governo. "Barack Obama é vítima das prioridades da política exterior norte-americana".
Humberto Brown cita como exemplo o fato do tema de Israel ter se convertido no centro das discussões, fazendo com que o presidente dos EUA optasse pela ‘invisibilidade' de seu país, sobrepondo este compromisso político à necessidade de que os imigrantes e negros norte-americanos se vissem representados na conferência.

Por um documento equilibrado
Consultado pela Radio Nederland, o diretor da Rede Internacional de Direitos Humanos, o colombiano Ramón Muñoz Castro, lamentou essas grandes ausências dos países já mencionados, que consideram que o documento final tem pontos inaceitáveis. Não obstante, "todos esperamos obter um texto o mais equilibrado possível, que permita avançar no tema do racismo e da discriminação", afirmou.

Sem deixar de lado a importância que os Estados Unidos participem da conferência, Muñoz de Castro disse que, desde sua instalação, "o Conselho de Direitos Humanos tem operado sem contar com a presença de Washington, e pouco a pouco tem tratado de fazer seu trabalho. Todos sabemos que o enfrentamento político subsiste de todas as maneiras no Conselho. Isso dificulta as soluções e o alcance de documentos equilibrados, mas é a realidade política atual, é o que estamos vivendo."

Participação brasileira

O ministro da Secretaria Especial de Promoção de Políticas da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, chefe da delegação brasileira na Conferência de Revisão de Durban, critica o boicote dos Estados Unidos e afirma que o documento aprovado e negociado na semana passada "não traz nenhum tipo de constrangimento ao povo norte-americano e nenhuma menção desonrosa ou agressiva ao estado de Israel".

"Não participar é um problema para os Estados Unidos. Principalmente agora, que eles têm um presidente negro, uma liderança que busca restabelecer ao país a condição de diálogo no restante do mundo", afirmou o ministro brasileiro.

Ministro Edson Santos, chefe da delegação brasileira.
Foto: Marcello Casal/ABr

Ontem em Israel, durante abertura da cerimônia anual do Dia da Lembrança pelos seis milhões de judeus que foram mortos pelos nazistas alemães e seus colaboradores durante a Segunda Guerra Mundial, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também chamou a conferência de Genebra de anti-israelense.

Em comunicado divulgado em Londres, a Anistia Internacional critica o boicote, ressaltando que os governos precisam estar presentes para "defender o que é justo e rejeitar com energia tudo o que é questionável".

Também faz um apelo para que os governos participantes continuem comprometidos com a luta contra o racismo. Para isso, segundo a Anistia Internacional, "devem resistir com força e responder a qualquer tentativa de politizar a conferência ou distrair do objetivo principal, que é fazer frente a qualquer tipo de racismo, discriminação racial, xenofobia ou intolerância em qualquer parte do mundo". (Agência Brasil)

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