8 de junho de 2010

NE oferece 30% dos novos empregos na construção

 

    Murillo Camarotto, de Recife
    08/06/2010

 

O bom momento, no entanto, vem acompanhado de uma grave crise na oferta de mão de obra

Em ebulição, a indústria da construção civil cresce a taxas chinesas no Nordeste, resultado da combinação entre crédito farto, déficit habitacional elevado e crescentes investimentos em infraestrutura. O bom momento, no entanto, vem acompanhado de uma grave crise na oferta de mão de obra, o que já está se traduzindo em perdas para algumas empresas. Faltam pedreiros, pintores, carpinteiros, eletricistas, engenheiros e até estagiários. A região responde por três em cada dez empregos gerados no setor em todo o país, enquanto o consumo de cimento nos nove Estados cresceu em média 9,3% ao ano entre 2006 e 2009, muito acima da média nacional de 5,9%.

O mercado da construção no Nordeste deve continuar aquecido nos próximos anos. Além das boas perspectivas para o segmento residencial, puxado pelo programa Minha Casa Minha Vida e pelo aumento do crédito imobiliário, a região abrigará três sedes da Copa do Mundo de 2014, o que deverá gerar investimentos importantes em Fortaleza, Recife e Salvador.

As condições favoráveis colocaram a região no mapa estratégico das grandes construtoras do Sudeste. Há cerca de dois anos, elas vêm aumentando o número de projetos no Nordeste, sozinhas ou em parcerias com empresas regionais, que também estão ampliando bastante seus negócios.

O resultado pode ser visto em números. De 2006 a 2009, o Nordeste dobrou sua participação na geração de empregos na construção civil, passando de 15% para 30% de todos os postos criados no país. No mesmo intervalo, a fatia do Sudeste caiu de 69% para 44%, segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

"O emprego é o melhor termômetro para se medir o desempenho da construção civil, pois dá a fotografia do momento", explica o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia, Carlos Vieira Lima. Segundo o executivo, o mercado baiano, o maior do Nordeste, passa por um de seus melhores momentos, puxado pela habitação de baixa renda e por obras de infraestrutura. A expectativa é que o crescimento se acentue com a implantação de um programa de mobilidade urbana e com as obras ligadas à Copa de 2014.

O vice-presidente do Sinduscon do Ceará, André Montenegro, destaca o aumento na demanda por cimento. A participação do Nordeste no total consumido no Brasil passou de 17% em 2006 para 21,1% em fevereiro deste ano.

http://www.valoronline.com.br/?impresso/caderno_a/83/6309465/ne-oferece-30%-dos-novos-empregos-na-construcao

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