23 de abril de 2006

Dividir, para melhor governar.


A regionalização, definida como a divisão de um determinado espaço ou território em áreas com características comuns, pode ser criada com base em critérios físicos, socioeconômicos ou políticos. A escolha de uma dessas alternativas depende das finalidades com que se pretende utilizá-la. Ela pode, por exemplo, servir a objetivos estatísticos, administrativos ou didáticos.

No Brasil, a primeira divisão regional foi apresentada em 1938, decorrente da preocupação do governo com a integração econômica do espaço brasileiro.

A Revolução de 30 havia inaugurado um novo período na história brasileira, marcado pela centralização do poder político em torno do governo federal. Nesse contexto, o conhecimento estatístico do território e da população se transformou em prioridade nacional. Para traçar os rumos do desenvolvimento brasileiro, o governo precisava conhecer o Brasil!

Essa divisão, no entanto, recebeu sérias críticas. O IBGE apresentou em 1941 uma nova divisão regional do território brasileiro, com o objetivo de facilitar os estudos estatísticos elaborados pelo governo e de servir de suporte para o ensino de Geografia do Brasil nas escolas. Ela já delimitava cinco grandes regiões: Norte, Nordeste, Leste, Sul e Centro-Oeste. Foi feita com base no conceito de região natural, levando em conta, sobretudo a uniformidade dos elementos da natureza.

A divisão regional seguinte, de 1945, mantinha as grandes regiões da divisão anterior, mas acrescentava critérios hierárquicos (grandes regiões, regiões, sub-regiões e zonas fisiográficas) e os novos Territórios Federais criados em 1942 (Fernando de Noronha) e 1943 (Amapá, Rio Branco, Guaporé, Ponta Porã e Iguaçu).

Essa divisão regional perdurou até 1969, quando os novos conhecimentos adquiridos sobre o território brasileiro e as transformações nele ocorridas em razão do desenvolvimento industrial e urbano obrigaram o IBGE a estabelecer uma nova divisão regional. Dessa vez, o conceito-base era o das regiões homogêneas, definidas pela combinação de aspectos naturais, sociais e econômicos. A Região Leste desapareceu, com a Bahia e o Sergipe migrando para a Região Nordeste. A Região Sul passou a existir sem a presença de São Paulo que, juntamente com Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, passou a constituir a nova Região Sudeste. Entretanto, percebemos que as linhas divisórias das regiões continuam coincidindo com os limites estaduais.

A divisão regional de 1969 ainda é a oficial, com apenas uma modificação: o Estado de Tocantins, criado em 1988 e desmembrado do Estado de Goiás (Região Centro-Oeste), foi incluído na Região Norte. A justificativa para tanto foi o fato de esse Estado ter maior articulação econômica com o Estado do Pará e com o sul do Maranhão.

Elisabeth Victória Popp.

22 de abril de 2006

Petróleo Brasil auto suficiente

Petróleo Brasil auto suficiente

Forte terremoto é registrado a 855 quilômetros do Brasil

Forte terremoto é registrado a 855 quilômetros do Brasil

Êxodo rural e urbanização;

Êxodo rural e urbanização

A TRANSIÇÃO DEMOGRAFICA BRASILEIRA

A TRANSIÇÃO DEMOGRAFICA BRASILEIRA

14 de abril de 2006

Para a realização dos estudos geográficos


Para a realização dos estudos e pesquisas geográficas, podemos ainda hoje, segundo o professor Manoel Correia de Andrade, utilizar os princípios científicos da geografia enriquecidos de novas reflexões metodológicas, bem como as técnicas modernas forneci­das pelo desenvolvimento tecnológico. Esses princípios são ferramentas que nos auxiliam no estudo dos fatos geográficos. São eles:

princípio da extensão - ao estudar um fato geográfico ou uma área, dever-se-ia, inicialmente, procurar localizá-la e estabelecer os seus limites, ou seja, delimitar e localizar os fatos estudados;

princípio da analogia - a área em estudo pode ser comparada com o que se observa em outras áreas, estabelecendo-se semelhanças e diferenças;

princípio da causalidade - observados os fatos, dever-se-ão procurar as causas que os determinaram, estabelecendo-se relações de causa e efeito;

princípio da conexidade - os fatos geográficos (físicos e humanos) não agem sozinhos e separadamente na formação da paisagem. Há uma interligação entre os fatores que explicam esses fatos. A idéia de interdisciplinaridade aparece neste princípio.

princípio da atividade - o fato geográfico é dinâmico, o espaço geográfico está em perpétua reorganização, em constante transformação, graças à ação ininterrupta de vários fatores. A compreensão do presente depende de uma análise do passa­do, ou seja, do estudo auxiliar da história.

Adaptado de: ANDRADE, M. C. de. Geografia Econômica. 7. ed. São Paulo: Atlas. 1981.


Para o geógrafo Milton Santos, o estudo da geografia faz parte da compreensão da sociedade, sendo então funda­mental a definição de seu objeto:

“A sociedade, que deve ser, finalmente, a preocupação fundamental de todo e qualquer ramo do saber humano, é uma sociedade total. Cada ciência particular se ocupa de um de seus aspectos. O fato de a sociedade ser global consagra o princípio da unidade da ciência. O fato de essa realidade total, que é a sociedade, não se apresentar a cada um de nós, em cada momento e em cada lugar, senão sob um ou alguns de seus aspectos, justifica a existência de disciplinas particulares. Isso não desdiz o principio da unidade da ciência, apenas entroniza outro princípio fundamental, que é o da divisão do trabalho científico. [...]”.

Em nosso caso particular isso supõe o reconhecimento de um objeto próprio ao estudo geográfico, mas isso não basta. [...] Se queremos alcançar bons resultados nesse exercício indispensável devemos centralizar nossas preocupações em torno da categoria - espaço - tal qual ele se apresenta, como um produto histórico. São os fatos referentes à Gênese, ao funcionamento e à evolução do espaço que nos interessam em primeiro lugar.”

Fonte: SANTOS, M. Por uma Geografia Nova. São Paulo: Hucitec, 1996.

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